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Oct 26

At Parque do Ibirapuera

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Date

Sunday 26 October 2008 at 8:30pm

Location

Parque do Ibirapuera
São Paulo, Brazil

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Description

28ª BIENAL DE SÃO PAULO: “em vivo contato”

Por sua própria definição, a Bienal deveria cumprir duas tarefas principais: colocar a arte moderna do Brasil não em simples confronto, mas em vivo contato com a arte do mundo, ao mesmo tempo em que, para São Paulo, se buscaria conquistar a posição de centro artístico mundial.
.

A 28ª Bienal de São Paulo propõe um formato diferente das bienais anteriores, com o objetivo de oferecer uma plataforma para observação e reflexão sobre o sistema e sobre a cultura das bienais no circuito artístico internacional. Para tanto, articula estratégias de exposição, debate e difusão a partir da experiência da própria Bienal de São Paulo, como um estudo de caso, considerando as profundas mudanças ocorridas no contexto cultural específico em que ela se inscreve – Brasil e América Latina –, assim como aquelas havidas no mundo, com a globalização das relações econômicas e culturais, e a popularização da arte contemporânea por meio de exposições museológicas, feiras e bienais. Nesse sentido, a 28ª Bienal reduz o número de artistas participantes e diversifica as atividades no espaço expositivo. Trata-se, portanto, de propor um redirecionamento do modelo de mostras sazonais, atendendo às demandas das práticas artísticas, do debate político-cultural, e confrontando a voragem desordenada na produção de representações e interpretações que constituem o território da visualidade hoje. Em lugar de tentar produzir uma visão totalizante e representativa do fenômeno da arte da atualidade, o importante parece ser delinear especificidades, produzir cartografias estruturais, pondo em marcha um processo de trabalho investigativo e crítico, regular e sistemático, que acompanhe e dê conta, de modo produtivo, dos movimentos e das transformações percebidos num circuito artístico determinado.

Considerando que parte das práticas artísticas contemporâneas não se restringe à produção de um só objeto passível de contemplação em um mesmo tempo e lugar, a 28ª Bienal propõe diferentes dispositivos de exposição e difusão que possam mediar de forma mais específica o contato do público com a produção de conhecimento em um evento coletivo de tal porte. Desse modo, esta edição se articula a partir dos seguintes componentes, distribuídos pelos quatro andares do pavilhão:

Praça
A transformação do andar térreo do Pavilhão Ciccillo Matarazzo numa praça pública, como no desenho original de Oscar Niemeyer para o parque em 1953, sugere uma nova relação da Bienal com o seu entorno – o parque, a cidade –, que se abre como a ágora na tradição da polis grega, um espaço para encontros, confrontos, fricções. Com programação intensa durante as seis semanas do evento, esse espaço abrigará apresentações de música, dança, performances, cinema – sempre a partir de propostas que entendam a “praça” como um espaço de convívio social no tempo presente –, procurando gerar energia para uma aeração do edifício, assim como para a consolidação da mostra como um espaço social temporário, gerador de uma potência criativa que perpassa tanto artistas quanto público reunidos em seus acontecimentos.

Video lounge
Organizado por um grupo de curadores convidados, esse componente faz a conexão dos acontecimentos na praça com o campo da reflexão e da pesquisa do terceiro andar. É composto de vídeos históricos sobre performances dos artistas que se apresentam no andar térreo, de todos os registros feitos durante a 28ª Bienal (conferências, performances, workshops), assim como de uma programação temática desenvolvida a partir de um olhar sobre o trabalho dos artistas participantes. O Video lounge põe em movimento a noção de história, ao reunir material de diferentes naturezas (i.e. documentos existentes e vídeos produzidos diariamente durante a mostra), formando um grande arquivo de vídeos, apresentado ao público em três formatos: os nichos do Video lounge, no primeiro andar, juntamente com os serviços da 28ª Bienal (monitoria, informações, guarda-volume); a programação de filmes e vídeos apresentados no auditório, e a videoteca, ambos no terceiro andar.

Planta livre
Ao contrário das bienais anteriores, que transformaram todo o interior do pavilhão modernista em salas de exposição, desta vez o segundo andar está completamente aberto, revelando sua estrutura e oferecendo ao visitante uma experiência física da arquitetura do edifício. É nesse território do suposto vazio que a intuição e a razão encontram solo propício para fazer emergir as potências da imaginação e da invenção. Esse é o espaço em que tudo está em um devir pleno e ativo, criando demanda e condições para a busca de outros sentidos, de novos conteúdos. “Planta livre” refere-se ao conceito criado por Le Corbusier, em 1926, para definir um dos cinco princípios da nova arquitetura: com o uso de pilotis e o concreto armado, as paredes não são mais usadas na sustentação dos andares de um edifício. Estes princípios estão na base da arquitetura moderna brasileira.

Plano de leituras
Um dos objetivos da 28ª Bienal é chamar a atenção para o Arquivo Histórico Wanda Svevo, o maior patrimônio da Fundação Bienal de São Paulo, a sua memória, e principal fonte de referências para qualquer reflexão e programa que vise a uma avaliação e reciclagem da instituição. A ocupação do terceiro andar busca ativar essa história, sempre aberta a novas leituras e interpretações, fazendo com que cada elemento que a constitui revele sua potência transformadora no presente.

a. exposição
Para tanto, a curadoria convidou artistas que trabalham no limite entre realidade e ficção, entre construção de documentos e verdades instituídas, entre memória pessoal e história coletiva, para desenvolverem e/ou apresentarem projetos que tragam à luz alguns aspectos da história da Bienal de São Paulo, seja por uma perspectiva social, documental, política ou arquitetônica. Nesse sentido, a construção de um espaço de exposição mais orgânico, diverso do cubo branco tradicional, propõe um dispositivo que demanda uma posição ativa do espectador, possibilitando leituras e ressignificações a cada olhar, em um ambiente introspectivo – mais próximo ao tempo da biblioteca e/ou do arquivo do que ao tempo das grandes exposições e da indústria cultural.

b. biblioteca
Com o intuito de mostrar ao público visitante o volume de informação que representa mais de duzentas bienais, ativas ou havidas, e de agregar especificidade ao Arquivo Histórico Wanda Svevo, o projeto da 28ª Bienal se empenhou numa campanha para coleta de catálogos do maior número possível de bienais e exposições periódicas ao redor do mundo, apresentados em uma biblioteca no espaço de exposição. A videoteca é parte integrante dessa biblioteca, dispondo aos visitantes o registro dos acontecimentos e palestras realizadas durante a 28ª Bienal.

c. conferências
A plataforma de conferências, conversas e painéis tem papel fundamental entre os componentes da 28ª Bienal: pretendem alimentar o Arquivo Histórico Wanda Svevo com uma reflexão sistematizada sobre as questões propostas pelo projeto em relação à história e ao papel da Bienal de São Paulo hoje, assim como ao modelo de exposição que se multiplicou por toda parte. Iniciada em junho deste ano, a plataforma está articulada a partir de quatro grandes temas: 1. A Bienal de São Paulo e o meio artístico brasileiro: memória e projeção reúne relatos orais com as memórias, avaliações e expectativas de profissionais sobre a instituição e suas realizações; 2. Backstage reúne profissionais responsáveis pelas agências governamentais e organizações privadas que financiam, em grande parte, a realização de mostras periódicas internacionais, promovendo novas formas na política das nacionalidades; 3. Bienais, bienais, bienais… pretende organizar, por meio do depoimento de diretores e curadores, um inventário de tipos e categorias de mostras sazonais, seus diferentes objetivos e modos de desenvolvimento; 4. História como matéria flexível: práticas artísticas e novos sistemas de leitura abre uma reflexão sobre práticas artísticas contemporâneas que propõem novos sistemas de articulação de idéias e projetos, em diferentes tempos e espaços, criando instrumentos de mediação específicos entre o discurso artístico e/ou curatorial e um público interessado. É ainda parte dessa plataforma uma série de conversas com artistas que se relacionam com a história da Bienal de São Paulo.

A 28ª Bienal conta ainda com outros dispositivos de reflexão e circulação:

Publicações
Um conjunto de publicações organiza e põe em circulação os trabalhos e conteúdos do projeto da 28ª Bienal. O jornal 28b – distribuído por nove semanas juntamente com um jornal gratuito com circulação por toda a cidade de São Paulo – reúne textos e imagens sobre as programações da mostra, assim como ensaios, artigos interdisciplinares, intervenções de artistas, e que, colecionado durante o evento, formará o catálogo da exposição. Outras publicações vêm sistematizar as pesquisas, conferências e conversas realizadas durante o ano e o período da exposição: o Guia, com entrevistas dos artistas sobre os projetos desenvolvidos para o evento; uma memória crítica da Bienal de São Paulo, reunindo resenhas publicadas desde 1951; e uma coletânea de ensaios, comunicações e depoimentos especialmente encomendados no processo de realização da 28ª Bienal.

A página web da 28ª Bienal, por sua vez, constitui-se como um banco de dados, sempre atualizado, com todos os documentos, registros e programas que conformam a mostra. Ela oferece ao público a possibilidade de definir percursos e leituras individuais do evento, assim como adicionar conteúdos a ele e participar do debate sobre a Bienal de São Paulo.

Serviços educativos
Os serviços educativos da 28ª Bienal se caracterizam por ações pontuais, envolvendo a memória e a experiência não apenas de uma mostra de arte contemporânea, mas oferecendo a possibilidade de um conhecimento aprofundado do lugar onde ela ocorre, do sistema cultural em que ela se inscreve e dos conceitos com que trabalha. A orientação pedagógica está desenhada por artistas envolvidos com o ensino da arte e com o desenvolvimento e a difusão da experiência artística.

A curadoria da 28ª Bienal espera oferecer a todos os públicos da Bienal de São Paulo a possibilidade de um momento de reflexão a partir de diversos subsídios para o conhecimento e a compreensão da instituição e do modelo de exposição que representa. O que se quer é abrir um processo de análise da sua condição atual, experimentar outros processos de produção do evento, e buscar formas alternativas para uma mostra de arte. O objetivo é responder às demandas e desafios que se apresentam à instituição no século XXI, e colocar a Bienal de São Paulo novamente “em vivo contato” com a sua história, a sua cidade, os seus pares e o seu tempo.

Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen, curadores.

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